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Escravidão Moderna

Sustentabilidade Humana

Escravidão moderna existe e está mais próxima de nós do que imaginamos.


Photo by Johannes Krupinski on Unsplash


A notícia do último 26 de junho sobre a situação daquela senhora de 61 anos que foi mantida em trabalho análogo à escravo por mais de 10 anos em pleno centro urbano paulistano (mais precisamente no Alto de Pinheiros – bairro nobre da cidade) me fez lembrar de uma conversa que tive há mais ou menos uns dois anos atrás, na Inglaterra, com a Hope for Justice que trazia exemplos de situações semelhantes a esta em pleno centro londrino.


A Instituição, com atuação em vários lugares do mundo, faz um sério trabalho de prevenção, identificação de “cativeiros”, apoio a vítimas e suporte a empresas para análise e atenção da sua cadeia de fornecedores.


Mas este trabalho não deve se limitar à atuação e olhar atento de instituições sociais.


A RESPONSABILIDADE É DE TODOS NÓS.


Infelizmente, a Escravidão Moderna é mais comum do que imaginamos. E o termo abrange situações relacionadas ao trabalho forçado, à exploração de mão de obra infantil, à exploração sexual, ao tráfico de pessoas.


E, em relação ao trabalho análogo ao escravo, algumas características o definem:


Trabalho forçado: quando o trabalhador, não mais querendo continuar naquela atividade trabalhista em que se encontra, é forçado por seu empregador, mediante força física, saldo de dívida, chantagem, ou qualquer outro fator a continuar a trabalhar.


Jornada exaustiva: se o trabalhador é submetido a longas jornadas, na maioria das vezes não remuneradas, que não possibilitam um descanso necessário entre uma jornada e outra e colocam em risco a sua saúde.


Condições degradantes: quando o trabalhador é mantido em condições degradantes em seu ambiente de trabalho, as quais podem incluir violência física e psicológica, alojamentos precários, alimentação e água insuficientes ou insalubres e falta da assistência médica.


Segundo o relatório Global Slavery Index da Walk Free Foundation, publicado em 2018, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho e a Organização Internacional de Migração, nos últimos 5 anos 89 milhões de pessoas vivenciaram uma condição de escravidão moderna pelo mundo.


E, segundo os últimos números reportados (avaliação feita em 167 países), a estimativa é de que existam mais de 40, 3 milhões de pessoas em situação de escravidão.


Nas Américas, pouco mais de 2 milhões de pessoas são vítimas de trabalho escravo, mais identificados na Guatemala, no México, no Chile, na República Dominicana e na Bolívia. Estima-se que no Brasil tenham 161,1 mil pessoas submetidas à esta condição.


O relatório aponta, ainda, que a exploração no Brasil geralmente é mais concentrada nas áreas rurais, especialmente em regiões de cerrado e na Amazônia. Em 2015, 936 trabalhadores foram resgatados da condição de escravidão no país, em sua maioria homens entre 15 e 39 anos, com baixo nível de escolaridade e que migraram dentro do país, buscando melhores condições de vida.


Quadro de Incidência da Escravidão Moderna no Brasil


92% eram homens e destes:


22% trabalhavam em lavouras de cana-de-açúcar;

31% na atividade pecuária;

18% em lavouras diversas;

7% em cultivo de carvão vegetal;

5% no desmatamento florestal;

3% no reflorestamento;

2% no extrativismo vegetal;

1% na mineração.


Nas zonas urbanas:

5% estavam na construção civil,

1% estava na confecção têxtil


Existem alguns sinais que podem vir como alertas, para que qualquer pessoa possa identificar estas condições.


Afinal, temos uma visão estereotipada sobre o que consiste o trabalho escravo, nesta visão a pessoa precisa estar em situação de cárcere, vivendo presa ou amarrada, mas não se trata disso. De que adianta ela ter liberdade para ir e vir, se não tem qualquer condição financeira ou mesmo psicológica para tal.


Sinais de alerta:

  • Restrição de liberdade ou estado de confinamento

  • Sinaliza que está trabalhando para pagar dívidas

  • O salário até existe, mas os descontos são abusivos

  • O salário é injusto, não respeita a média mínima do valor pré-estabelecido.

  • Tem medo de expor sua condição a autoridades, justamente por ser ameaçado e estar ilegal no país

  • Apresenta sinais de traumas físicos e/ou psicológicos

  • Sem acesso à saúde e segurança

  • Requirement to pay for tools and food

  • Local de moradia é descontado do salário

  • Pay that is less than minimum wage

  • Depende do empregador para ter acesso aos serviços básicos

  • Não tem contrato de trabalho

  • Tem jornadas excessivas com poucas folgas ou nenhuma


Caso conheça alguém nesta condição:

DISQUE 100 E DENUNCIE (Secretaria de Direitos Humanos)


É incrível como a "cortina" do trabalho doméstico encobre o cárcere como bem pudemos observar no caso reportado pela mídia, ou mesmo no depoimento da Tatiane Striato, uma ex colega de trabalho que viveu em sua infância uma situação similar à história divulgada. (Assista à LIVE sobre o tema com o depoimento da Tatiane, acessando:


Quando olharmos para a população brasileira (212 milhões de brasileiros) , 160 mil parece um número pequeno, mas por trás dos números temos vidas, como a vida da Tatiane, como a vida desta senhora... e cada um de nós tem a sua responsabilidade.


Sustentabilidade Humana – um novo olhar sobre o SEU impacto no mundo.



Fontes

https://hopeforjustice.org/https://www.globalslaveryindex.org/https://minionupucmg.wordpress.com/2017/10/09/walk-free-foundation-dados-sobre-escravidao-moderna/https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/escravidao-nos-dias-de-hoje.htmhttps://www.ultimato.com.br/conteudo/escravidao-moderna-atinge-458-milhoes-de-pessoas-no-mundo?gclid=Cj0KCQjw0YD4BRD2ARIsAHwmKVkeb_u6aqeN0gZvLfoHCMy2FlpSEiObd4OEdWovMIVqhgzqgt54qPgaAgNHEALw_wcB

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