E esse "S" do ESG?
Venho atuando no campo da Sustentabililidade , Responsabilidade Social Corporativa há uns bons anos.
E sempre acreditei que de nada vale fazer o "bem" pra fora , sem olhar pra dentro...
Há, aproximadamente, 10 anos atrás, entrava na Serasa Experian para tocar a área de Cidadania Corporativa, uma área que estava, e muito, à frente do seu tempo. Como "cidadania" se esperava a governança não só do investimento social privado, aquele que faz o "bem" pra fora, mas também da promoção da saúde, do bem-estar e da diversidade e inclusão que envolvia todos os colaboradores. Em uma época em que as questões que envolviam a saúde mental nem sequer estavam na agenda. Mas nós, lá atrás, já tínhamos esta preocupação: promovíamos uma cultura de saúde integral (física, mental e emocional), assim como um ambiente de respeito às diferenças e de promoção da equidade nas oportunidades de desenvolvimento profissional.
E, lá atrás, já sabíamos o quanto a busca pela produtividade excessiva trazia impactos profundos relacionados a transtornos mentais (depressão, ansiedade, fobias etc).
Hoje, a questão da saúde mental está em alta, muitos falam sobre, mas será que os que falam sabem o que estão falando?
Não existe "produtividade sustentável" sem atenção a estas questões. Não existe sustentabilidade, uma governança com base nos princípios de ESG, sem, de fato, o "S" ter o mesmo peso que as demais letras. De nada adianta a regulamentação do burnout* como uma doença de ocupacional a partir de 2022 (CID 11) , se não houver uma verdadeira preocupação das empresas sobre o comportamento e a atitude de seus líderes em lidar com os desafios que lhe são compartilhados. É a comunidade de líderes que transforma um ambiente saudável ou não para se trabalhar dentro das organizações. Que este "S" se fortaleça e que existam empresas genuinamente "ESG".
(*) Burnout: segundo a OMS, "síndrome relacionada ao estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso" .
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