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Sustentabilidade não é só coisa de "gente grande"

Por que é tão difícil encontrarmos empresas que, de fato, operam de forma sustentável, ao invés de se preocuparem apenas com a imagem de suas marcas perante a sociedade?



Uma marca forte, bem valorizada na bolsa de valores, nos fundos internacionais de gestão de ativos, deveria ser consequência de uma preocupação genuína com o impacto de suas operações junto às comunidades, junto ao meio ambiente, enfim junto ao seus públicos de interesse.


A agenda do Pacto Global tem feito inúmeras tentativas de uma proposição de agenda positiva com os famosos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Estamos caminhando, mas a passos lentos.


No segundo semestre de 2019, mais precisamente, em 19 de agosto de 2019, antes do cenário de pandemia global surgir, foi feita uma reunião (Business Rountable 2019 que ocorre periodicamente desde 1978) com os 200 maiores empresários americanos do mundo que, juntos, somam um faturamento de US$ 7 tri e empregam mais de 15 milhões de funcionários. Na ocasião, eles lançaram a Declaração sobre o Propósito de uma Corporação, na qual todos os stakeholders deveriam ser considerados nas decisões tomadas para andamento de seus negócios, considerando a preocupação efetiva com o impacto socioambiental, seus colaboradores e a comunidade na qual se inseriam.


Transformaram a visão restrita e míope de privilegiar os resultados para os acionistas em uma visão sistêmica que visa privilegiar a sustentabilidade dos negócios a médio e longo prazo, considerando todos os impactos para se chegar aos resultados almejados. O foco passou de “SHAREHOLDERS” para “STAKEHOLDERS”


Mas por que a agenda de sustentabilidade corporativa, seja esta presente por convicção, por conveniência ou por constrangimento encontra-se apenas na agenda das grandes empresas?


Em 2019, a humanidade atingiu a data limite referente ao esgotamento de recursos três dias antes que em 2018 – e mais cedo do que em toda a série histórica, medida desde 1970. Isso significa que, a partir de 29 de agosto de 2019, todos os recursos usados para a nossa sobrevivência (água, mineração, extração de petróleo, consumo de animais, plantio de alimentos com esgotamento do solo, entre outros pontos) entraram em uma espécie de "crédito negativo" para a humanidade.

Sabemos que a economia brasileira tem como base as pequenas e médias empresas. Então, por que as pequenas e médias empresas não podem nascer já com bases sustentáveis em suas operações?


No último dia 11, fiz uma LIVE justamente sobre este tema e trouxe para a discussão Gislaine Gallette, fundadora da Gallette Chocalates uma fábrica de chocolates que já nasceu com o DNA SUSTENTÁVEL.


E vejam que a questão do chocolate é bem crítica, pois 42% da produção do cacau utilizada por gigantes do chocolate no mundo é oriunda da Costa do Marfim, uma região que é conhecida por utilizar mão de obra infantil no processo de extração.


Claro que existem esforços para que esta realidade mude. Em setembro de 2001, oito principais representantes da indústria global de chocolate se empenhavam em combater o trabalho infantil, quando assinaram o Protocolo Harkin-Engel. Segundo o Protocolo do Cacau, como também é conhecido, estas empresas se comprometiam a erradicar o trabalho infantil na costa oeste da África até 2008.


Mas um estudo de 2016, publicado pela Revista Fortune, concluiu que aproximadamente 2.1 milhões de crianças ainda trabalham nestas plantações em condições análogas à escravidão, principalmente nesta região da África. A solução é complexa, mas requer um olhar atento de todas as partes e não apenas da Indústria.


E esta preocupação da responsabilidade que cada empreendedor tem sobre a operação do seu negócio é, sim, possível de se ter, basta querer e fazer acontecer, assim como a Gislaine que acreditou e perseverou para que seu negócio, segundo suas próprias palavras, " deixasse um legado bacana no mundo".


Ganha a Gallette Chocolates. Ganha a Sociedade. Ganha o Mundo.




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