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O universo não se importa, mas e a humanidade?

O universo não se importa se a Terra sucumbir. De fato, somos inferiores a uma poeira cósmica... mas para nós, simples seres terrenos, este Planeta Azul tem um valor inimaginável.

Photo by Greg Rakozy on Unsplash


Você sabia que no dia 29 de agosto de 2019, o Planeta Terra atingiu o ponto máximo de uso de recursos naturais que poderiam ser renovados sem ônus ao meio ambiente? Em 2019, a humanidade atingiu a data limite três dias antes que em 2018 – e mais cedo do que em toda a série histórica, medida desde 1970. Isso significa que, a partir de 29 de agosto de 2019, todos os recursos usados para a nossa sobrevivência (água, mineração, extração de petróleo, consumo de animais, plantio de alimentos com esgotamento do solo, entre outros pontos) entraram em uma espécie de "crédito negativo" para a humanidade.


O curioso é que neste mesmo mês, dez dias antes, em 19 de agosto de 2019, o Business Roundtable, encontro que reúne as 200 maiores corporações americanas do mundo anualmente, reuniu 181 empresas que, juntas, somam um faturamento de US$7 tri e empregam mais de 15 milhões de funcionários, que lançaram a Declaração sobre o Propósito de uma Corporação, na qual todos os stakeholders deveriam ser considerados nas decisões tomadas para andamento de seus negócios, incluindo a preocupação genuína com o impacto socioambiental, seus colaboradores e a comunidade na qual se inseriam. Transformaram a visão restrita e míope de privilegiar os resultados para os acionistas, em uma visão sistêmica que visa privilegiar a sustentabilidade dos negócios em médio e longo prazo, considerando todos os impactos para se chegar aos resultados almejados. O foco passou DE “SHAREHOLDERS” para “STAKEHOLDERS”.


Vale lembrar que a Business Roundtable publica, periodicamente, desde 1978, os Princípios de Governança Corporativa e, desde 1997, endossava a primazia dos acionistas, pois declarava que as empresas deviam, em primeiro lugar, servir aos acionistas. E quem já trabalhou em uma multinacional percebe de forma clara este posicionamento que norteia o mundo dos negócios globais de uma maneira mais contundente: lucro, lucro a qualquer custo.


Mas o nosso planeta não aguentará por muito tempo esta dinâmica socioeconômica. A pandemia vem nos jogar no modo “ alerta”, o curioso é que dos 10 grandes riscos de colapso da economia sinalizados no último World Economic Forum que aconteceu em Davos, no comecinho de 2020, 4 deles apontavam para os riscos de crises ambientais. E assim como não estamos livres de uma nova pandemia, não estamos livres de catástrofes ambientais que há tempos já vem sendo sinalizadas e que poderão, sim, destruir ainda mais nosso tão prepotente modelo de sobrevivência. E, nesta semana, em que celebramos o Dia mundial do Meio Ambiente *, fica a reflexão:


Para o Cosmo, não somos nada, mas o nada é o TUDO que temos para assegurarmos a nossa sobrevivência e a sobrevivência das nossas futuras gerações.


(*) Em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado todo dia 05 de junho. Essa data, que foi escolhida para coincidir com a data de realização dessa conferência, tem como objetivo principal chamar a atenção de todas as esferas da população para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram considerados, por muitos, inesgotáveis.
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